14/11/18

O dia da minha Morte



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    Deparo-me a pensar no encerramento da minha vida, no dia em que morro e, independentemente da minha crença, anseio por esse dia... Estranhando este desejo de o meu sangue parar de correr, lentamente, nas minhas veias, tento recriar o anseio das pessoas ao receber tal noticia. Como será que reagiriam? Ririam-se, tomavam angústia ou morriam por dentro, como se eu fosse um pedaço delas?
    Eu gostava de ver a reação de cada pessoa, ver como reagiriam e aí poder ver quem realmente me ama... quem realmente esteve lá para mim, nos bons e maus momentos. Mas, nesse momento, quando o meu corpo for preparado para tal ocasião, eu só terei um único desejo a fazer... Não chorem porque parti, mas agradeçam por ter feito parte da vossa vida. Por, simplesmente, termos sido felizes juntos em algum momento.
    Infelizmente chegou a minha hora, a hora de partir da minha e da tua vida e, tirando crenças à parte, havemos de nos encontrar seja onde for.


    Apesar de não ser uma pessoa que demonstra muitos sentimentos, acredita, se te considerei como amigo ou família, é porque merecias esse cargo no meu coração e na minha vida. Antes de fechar os meus olhos, de vez, tenho umas últimas palavras para escrever.
     A ti, minha Mãe, e meu pai, tenho uma única palavra... agradecimento! Agradeço-vos por terem acreditado em mim e no meu trabalho, por me terem apoiado, de me terem aberto os olhos quando eu não via. De me aconselharem e até de me esclarecerem sobre coisas, que para mim, era constrangedor, como sexo e sobre o meu corpo.
     Quero agradecer-vos, também, por me terem dado uma ótima educação e por terem sido as pessoas que foram para mim, porque apesar de tudo acreditaram nos meus sonhos, por mais irrialista que fossem.
     Pai, meu caro pai, minha azeitona do mais puro azeite... acredita que a minha morte não foi em vão... que foi pela minha causa.


     Sei que não tivemos a melhor relação de todas (feitios difíceis dão choque) e há quem nos chama de ''cão e gato'' e, por vezes até parecíamos mesmo, mas neste momento preciso que sejas forte por todos, por ti e em especial pela mãe, pois ambos sabemos como isto iria acabar. Não deixes que ela se parta como um espelho e que se destroce como o som da água a bater nas rochas, sê o suporte de algo que nunca foste.
     Estou a chegar aos meus últimos suspiros e só gostaria que as pessoas me tivessem compreendido mais e, que lá no fundo soubessem que a minha alma, de uma jovem aspirante, sempre carregou consigo dor, sufoco e angústia.
   Pois lá no fundo sempre acabei comigo num espelho e sozinha.... aí acordava do sonho!


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Desta vez, a publicação que vos trago é um pouco diferente!
É um texto da minha autoria sobre uma Rapariga normal, que como tudo na vida, tens os seus problemas e, utiliza a escrita para comparar os seus pesadelos à tristeza que sente.


Beijinhos e até ao próximo post.
Nádia Matos, autora do Pequena Desarrumada
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