RTP e a Exclusão das Touradas

Um destes dias estava a ver o Jornal da Noite da R.T.P., quando me deparo com a seguinte matéria:

''Touradas dá audiência, mas RTP exclui mais corridas'' - Televisão pública  tem previstas três transmissões de touradas neste ano. A primeira Corrida TV Norte, teve uma audiência  média de 400 mil espectadores e as associações pró- tourada reclamam  maior presença deste espectáculo em antena. RTP recusa e a plataforma basta aplaude!

Primeiramente, eu sei que este é um assunto totalmente diferente do que eu costumo abordar, mas sinceramente achei bastante interessante trazer para aqui, visto que tento trazer o conteúdo mais exclusivo e sincero possível, mesmo que às vezes me dificulte a entrega dos prazos para convosco.

Quando vi esta notícia, as primeiras coisas que me vieram à cabeça foram: ''A sério que só tomaram esta decisão agora?'', ''Não percebo como é que só agora ligaram para as críticas feitas à transmissão deste tipo de conteúdo''.

À anos que a RTP recebe críticas de antitaurinos (que são pessoas que defendem que estes animais não devem ser tratados da forma que são e, que este conteúdo não deve ser exibido para milhares de pessoas), sobre o sofrimento provocado aos touros, e só agora é que toma medidas? Desculpem-me, mas isto é surreal!

Em relação a este assunto a minha opinião é muito concreta!

Antes demais, admito que cresci num ambiente onde as touradas uniam a família toda em casa, no seio da comida e união em volta da televisão. Toda a minha família aprecia e delira ao vê-las, porém e apesar de eu estar habituada a ver este tipo de conteúdos, nunca apreciei lá muito, por duas simples razões... A primeira é porque não vejo lógica de vermos, 2 horas, um animal a correr de um lado para o outro atrás de um cavaleiro, para este, conseguir espetar as ''farpas'' no seu torso e fazer o seu ''show'' com o seu cavalo, não sei... acho meio idiota e desnecessário este tipo de coisas, mas como a minha família diz: ''Tu pensas assim, porque não aprecias esta modalidade entertenimentativa''.

A segunda, é porque acho, que é muito horrendo e canibalesco fazermos um animal sofrer, lentamente, até à morte só para dar-mos um ''freak show'' a que todos os que gostam de ver. Gente estamos em pleno séc. XXI e o ser humano só se preocupa com o seu próprio umbigo e com os seus prazeres carnais, sem apreciar o que lhe rodeia! E nem me venham dizer que as touradas são uma mais valia para nós, porque se eles suarem muito antes de morrer a carne fica mais tenrinha. Eu não me acredito nisso e, mesmo que seja verdade, não são desculpas utilizáveis....

Mas vamos por as coisas da seguinte maneira:

Imagina que, em vez de um touro usam um Homem, no seu lugar... Nós temos que nos por no lugar dos outros e ver se gostamos que isso nos acontecesse, por mais que em causa esteja a vida de um animal, e sim nós ''Humanos'', que de humanos não temos nada, também somos animais só que ''racionais'' e pondo as coisas nestes termos, acho que ninguém gostava de andar de um lado para o outro só para entreter terceiros e ao mesmo tempo que morre lentamente só porque a minha carne irá ficar mais tenrinha... Poupem-me a este tipo de coisas!

Acho que nós devemos ter consciência, cada vez mais das coisas, e não pensar só em nós, mas sim começar a pensar no que nos rodeia, principalmente nos animais, visto que desde sempre nos acompanharam.... E acreditem que não estou a escrever isto, como forma de protesto ou a pedir que nunca mais se transmita touradas. Não, não é nada disso!
O que estou a pedir é para termos mais consciência das coisas e para não se transmitir, mesmo que indiretamente, violência gratuita! Temos que pensar, cada vez mais, nos exemplos a transmitir às nossas crianças que futuramente irão assumir os cargos do nosso Mundo. É só isso!

Desculpem, mas sobre este assunto.... só acho estúpido o facto de só agora a RTP ter tomado uma medida, face a todas as críticas que recebeu.

E tu?  O que achas sobre este assunto e sobre as touradas?
És contra ou a favor? Conta-me tudoooooo!

Beijinhos e até ao próximo post.

Nádia Matos, autora do Pequena Desarrumada